No passado dia 20 de abril, a Liberdade foi comemorada com diferentes sonoridades
O Auditório do Liceu Passos Manuel recebeu o Concerto ‘Juventude por Abril’, no qual jovens músicos mostraram os seus dotes musicais perante fregueses e familiares. Neste concerto participaram os alunos das aulas de Viola promovidas pela Junta de Freguesia da Misericórdia, bem como a Orquestra Juvenil da AMAC e a Banda Juvenil da Guilherme Cossoul, duas escolas de música sedeadas na nossa freguesia. Um concerto que mostrou que as canções de Abril são intemporais.
Durante a tarde foi a vez do átrio da sede da junta se encher de música com o Grupo Coral Alentejano da ARPIC, Grupo Coral e Etnográfico AlCante e o Coro Lopes-Graça. Uma celebração que iniciou com sons tradicionais do Cante Alentejano, Património da Humanidade, que além das modas tradicionais, cantaram canções alusivas a figuras importantes da luta pela liberdade no Alentejo, como Catarina Eufémia ou os Mineiros de Aljustrel.
O Coro Lopes-Graça, presença habitual nas nossas comemorações de Abril, trouxe-nos as peças musicais do maestro Fernando Lopes-Graça, como o grande hino à Liberdade 'Acordai', passando ainda por canções de Zeca Afonso, com arranjos do Maestro Lopes-Graça.
O evento encerrou com todos os presentes a cantarem em uníssono o 'Grândola Vila Morena', senha que mudou o país e abriu as portas à Liberdade e à Democracia.
Viva o 25 de Abril, viva a Liberdade!
Breve biografias
Orquestra Juvenil da AMAC: A Orquestra Juvenil de Instrumentos de Arco da FMAC foi criada em 1954, sob a direção musical e pedagógica de Fernando Costa, que imprimiu o seu cunho caraterístico que ainda hoje persiste. Sendo a mais antiga formação orquestral com funcionamento ininterrupto em Portugal. Desta orquestra saíram, na década de 60, os primeiros jovens para os quadros da antiga Orquestra Sinfónica da Emissora Nacional, mais tarde denominada Orquestra Sinfónica da RDP. Outros alunos da FMAC seguiram carreiras musicais com reconhecido mérito artístico, como solistas, compositores, professores e membros da Orquestra Gulbenkian e da Orquestra Sinfónica Portuguesa. A partir de 1972, e com a morte de Fernando Costa, Adriana de Vecchi assume a direção musical.
Conheça a AMAC - Escola de Música Vechi-Costa: www.amac.pt
Banda Juvenil Guilherme Cossoul: Em 2016, começou a ser implementado o projecto musical Banda Juvenil Guilherme Cossoul. Deste modo, a Cossoul tem assumido, por um lado, uma vertente pedagógica e de formação, através da promoção de cursos de iniciação e aperfeiçoamento profissional, e, por outro, a organização de ciclos temáticos, o acolhimento de projectos e a programação de eventos culturais, de que é exemplo o Reverso – Encontro de Autores, Artistas e Editores Independentes, que teve em 2019 a sua quinta edição.
Conheça a Sociedade Musical Guilherme Cossoul: www.guilhermecossoul.pt
Grupo Coral Alentejano da Arpic: O Grupo Coral Alentejano da Arpic (Associação de Reformados, Pensionistas de Carnide), foi fundado em Dezembro de 2015. Como o próprio nome indica, teve origem na Associação de Reformados da Freguesia de Carnide. Atualmente é composto por 26 elementos, na sua maioria residentes na Freguesia de Carnide em Lisboa. Todos os seus Cantadores são oriundos de várias zonas do Baixo e Alto Alentejo. No repertório do Grupo constam: cerca de 40 modas, pertencentes ao Cancioneiro tradicional Alentejano.
Associação Cultural e Recreativa ALCANTE: O AlCante - Grupo Coral e Etnográfico da Junta de Freguesia de Alcântara, criado, em 2015, por vontade de alguns alentejanos residentes na Freguesia de Alcântara, com o apoio da Junta de Freguesia. A primeira atuação aconteceu em Abril de 2016. O AlCante foi o 1.º grupo de cante alentejano da diáspora criado na Cidade de Lisboa. Grupo coral alentejano misto com 12 homens e 16 mulheres, todos com fortes raízes no Alentejo, que se dedicam ao "cante" tradicional, não esquecendo a vertente etnográfica alicerçada no estudo da presença dos Alentejanos em Alcântara, das suas migrações, do traje e dos utensílios de trabalho utilizados.
Coro Lopes-Graça da Academia de Amadores de Música: Fundado em 1945 por Fernando Lopes-Graça, o Coro Lopes-Graça esteve ligado ao início do Movimento de Unidade Democrática. Em 1950 foi incorporado na Academia de Amadores de Música e em 1952 adoptou o nome de Coro da Academia de Amadores de Música. As “Canções Heróicas” constituíram, de início, o seu repertório. A breve trecho, porém, a sua apresentação pública foi interditada pela Polícia Política e pela Censura, sem que, no entanto, lograssem consegui-lo em convívios privados, que muitas vezes tinham lugar após os concertos, em Colectividades Culturais, Recreativas e Populares ou Associações Estudantis, bem como no exílio e nas prisões do regime de então, onde, de facto, nunca deixaram de ser entoadas.